quarta-feira, 22 de julho de 2015

Creme de amêndoas (falso creme de leite) - para receitas doces e salgadas

Olá!

O blog teve uma visualização máxima nesse mês de julho, daí vi que já estava passando da hora de publicar, rsrs.
Estou com muitas receitas novas que venho acumulando, ás vezes não consigo conciliar várias coisas ao mesmo tempo (ser mãe, doutoranda, "meio" culinarista...).

Na penúltima postagem, contei que minha filha não estava mais tendo reações alérgicas ao leite. Continua desse modo, graças a Deus! Porém, um fato curioso é que ela continua dando preferência ao que estava acostumada a comer. Se oferecemos pizza, por exemplo, ela diz: _Eu não gosto de pizza! (Nota: Comer pizza é coisa rara aqui em casa, mas como meu marido gosta muito, ás vezes temos que fazer concessões). Não insistimos em oferecer porque sabemos que ela aprendeu a restringir certos alimentos em seu cardápio. Com isso, continuamos mantendo a alimentação dela como antes, pois entendemos que é também muito mais saudável. De vez em quando ela pede bala de goma ou pirulito, nós damos e explicamos a razão de não podermos comer estas "porcarias" com frequência, e ela entende. Estou "confessando" isso para não parecer incoerente com a minha fala de alimentação saudável quando alguém a vir com bala ou pirulito na mão.

Bem, permanecendo tudo como antes continuo com a odisseia das receitas, mesmo porque ela sarou, mas eu tenho intolerância a lactose.

Outro dia, fiquei pensando em creme de leite. Queria fazer uma receita e precisava do "bendito". Eu tinha em casa amêndoas e biomassa de banana verde, daí achei que seria uma combinação perfeita! E ficou. Como já disse uma vez, NÃO ADIANTA ACHAR QUE SERÁ IGUAL À CREME DE LEITE, POIS NÃO SERÁ!!!! Mas, é uma opção muito mais saudável e tão bom quanto: não é industrializado. 

Vamos à receita?

Creme de amêndoas (creme de leite)

Ingredientes

1 xícara de amêndoas 
1/2 litro de água filtrada
1 xícara de biomassa de banana verde


Preparo

Deixe as amêndoas de molho por 4 horas. Despreze a água. Há pessoas que tiram a casca, eu não tiro porque não tenho tempo! Coloque as amêndoas no liquidificador com 1/2 litro de água filtrada. Bata na velocidade máxima até triturar toda a amêndoa. Use um pano ou organza para coar (há uma empresa que vende como "panela furada"). Não jogue fora os resíduos. Volte o leite de amêndoas para o liquidificador e acrescente 1 xícara de biomassa de banana verde aos poucos, com o liquidificador ligado. Pode ser que você queira uma textura mais grossa ou mais rala, fica ao seu critério. O creme pode ser usado para fazer receitas doces ou salgadas.

A receita da biomassa que eu utilizo é da Bela Gil: http://gnt.globo.com/receitas/receitas/biomassa-de-banana-verde-receita-da-bela-gil.htm. Muito boa e dá para congelar, mas prefiro usar assim que acabo de fazer.

DICA: Utilize o resíduo da amêndoa como se fosse uma ricota. Acrescente alho picado, sal, azeite e ervas, tudo a gosto. Também dá para aproveitar a casca da banana cortando-a em tiras, refogando como se fosse carne.

Infelizmente, não fiz foto. :(






quarta-feira, 1 de abril de 2015

Canjica com leite de coco

Olá!

Está chegando a páscoa! Uma data religiosa comemorada das mais variadas formas. Tenho percebido que alguns costumes brasileiros sofrem variação com a mudança de estados. Aqui em São Paulo, por exemplo, não vejo as pessoas que conheço falando que vão fazer canjica na páscoa, já em Niterói era mais comum, inclusive ver as promoções do produto no mercado. Em São Paulo é mais comum ver este alimento nas festas juninas.

Minha filha estuda em uma escola que faz lanches coletivos nas datas comemorativas, uma forma bem bacana de integrar a comunidade, visto que não temos tempo para pararmos e conversarmos no dia-a-dia. É uma forma também, ao meu ver, de eu mostrar um pouco como é a dieta da minha filha. Ano passado, por ocasião da festa junina fiz uma canjica sem leite de vaca ou leite condensado e sem açúcar refinado. Resultado? Todos que comeram, simplesmente adoraram!

Quando falo em canjica, estou me referindo ao milho branco, que no Nordeste tem o nome de munguzá, mas no Sudeste se chama canjica mesmo.
De acordo com o site http://www.revistavegetarianos.com.br/noticias/canjica/, o milho colhido verde para por um processo de secagem resultando na canjica. Este alimento possui proteínas, ferro, fibras, magnésio, zinco, vitaminas B1, B2, B3, B5, B6 e ácido fólico. Fiquei pensando se não é por causa disso que as pessoas mais velhas ficam dizendo que as recém-mamães têm que tomar muita canjica (o que não procede, como sabemos, pois a produção de leite materno está associada à quantidade de água ingerida). A canjica possui ainda gorduras boas para o colesterol, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares.

O milho é um produto muito consumido em diversas partes do mundo. No livro Uma história da vida rural no Brasil, encontramos que o milho é uma "invenção" essencialmente indígena e há vestígios de que no vale de Tehuacán, no México, seu cultivo ocorreu há mais de 5 mil anos! No Brasil, há registros arqueológicos da espécie que datam de há mais de 3 mil anos. Seu uso, inicialmente, era para alimentar animais como galinhas e porcos e no alimento dos escravos. Somente no século XVII, o alimento passa a ficar mais popular. No interior de São Paulo, até mesmo pela influência indígena, o milho conquista seu lugar. Antonio Cândido, em seu livro Os parceiros do Rio Bonito, resultado de uma pesquisa de campo com caipiras do interior de São Paulo percebeu que o feijão, o milho e a mandioca (este último depois substituído pelo arroz) constituíam a alimentação básica do caipira, no início do século XX.

O único problema do alimento é que, infelizmente, quase todo o milho produzido no mundo é transgênico, :(.

Vamos à receita?

Canjica com leite de coco

Ingredientes

250 gramas de canjica branca
1 coco seco
1 vidro de leite coco (sococo de preferência) de 400 ml
açúcar demerara à gosto
canela em pau à gosto
canela em pó à gosto

Preparo do leite de coco caseiro

Aqueça 1 litro de água filtrada (não é para ferver). Pique o coco e coloque no liquidificador. Junte a água aquecida e bata por uns 5 minutos. Coe o leite. Apesar de usar o "resíduo do coco" na canjica, eu separo porque fica muito para o meu gosto. Perceberam que dá para usar o leite de coco e o resíduo do coco (como se fosse ralado)? Coloque o resíduo do coco em uma vasilha e reserve os dois.

Preparo da canjica

Deixar de molho de um dia para o outro. Gosto de fazer isso para limpar bem o alimento e também na hora de cozinhar vai ficar pronto bem rapidinho. No dia seguinte, despreze a água do molho (mas aproveite-a para outra coisa, a natureza agradece!) e coloque a canjica com nova água numa panela de pressão (uns 3 dedos de água acima da canjica). Quando a panela de pressão começar a chiar, diminua o fogo e deixe por aproximadamente 20 minutos (depende do fogão de cada um). Espere sair o ar e abra a panela para ver se está ao dente. Despreze a água do cozimento.

Na mesma panela junte o leite caseiro e o leite de coco industrializado, parte do resíduo de coco, a canela em pau e o açúcar a gosto. Eu gosto de pouco açúcar, mas para quem não está acostumado pode ficar ruim. Eu dei um pouco da canjica que fiz recentemente para uma amiga e ela disse que adorou, portanto é uma pessoa que também não gosta de nada muito doce.

Para quem não tem muito tempo, pode usar somente o leite de coco industrializado. Abrir coco dá trabalho! Mas, eu prefiro pela questão econômica, pois fica mais barato.

Outra variação: Dá para fazer sem o leite industrializado, somente com o caseiro, mas nesse caso tem que fazer 2 litros. Para engrossar, misture uma colher ou duas colheres de amido de milho em um pouco de leite de coco frio e junte à canjica, também fica bom. Lembre-se do açúcar e das canelas!

Após o preparo sirva quente, com bastante canela em pó por cima. Na foto abaixo, ralei um pouco de amêndoa e joguei por cima.

Curiosidade: outro dia vi uma receita de canjica salgada! Não tive tempo de fazer ainda. Mas, para quem é vegetariano/vegano e quer variar as proteínas, esse pode ser um bom prato.

Boa receita!




terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Bolinho de maçã com mel e óleo de coco

Olá!

Estou há um tempo sem escrever, não por falta de receitas, mas por falta de tempo mesmo. Durante esse intervalo, pude ler um pouco mais sobre a culinária saudável, trazendo novas opções para o mundo da alergia alimentar.

Aqui em casa reduzimos em 100% o consumo de leite e derivados. Abrimos algumas exceções, quando sabemos que vamos receber visitas que não estão acostumados a ficarem sem estes alimentos. Minha filha não tem reagido aos traços de leite (GRAÇAS A DEUS!), o que significa que podemos compartilhar, por exemplo, a mesma esponja que lava um copo com suco e um copo com leite. Eu e meu marido decidimos que, mesmo quando a pequena estiver curada iremos manter a culinária saudável em casa. A gastropediatra dela já pontuou que talvez ela possa deixar a alergia a caseína e ficar com uma intolerância a lactose, como eu. Acho que ainda não falei sobre isso aqui no blog.

Desde que me entendo por gente passo mal ao comer certos alimentos (sou da geração danoninho e polenguinho). Sempre tive problemas com cólicas e diarreias, sem saber a razão. Fui diagnosticada com Síndrome do Intestino Irritável em 2006, após comer uma delícia de camarão em Recife. Fiz quase 8 meses de tratamento. De vez em quando, com a grande carga de trabalho, a Síndrome acaba voltando. Mas, curiosamente, quando tive que fazer dieta para dar de mamar à minha filha (em 2012) me senti super bem. Incrível! Não tinha cólicas, passei a ter uma regularidade intestinal, apesar de ter emagrecido muito me sentia super bem. Quando minha filha deixou o peito, voltei a comer chocolate, pizza e outras "coisitas" mais com queijo, porque ADORO queijo!!!! Eu fazia um fuzilli integral com gorgonzola, hummm, de raspar o prato. No entanto, também voltei a me sentir muito mal. As conversas em que tive com gastros, após o diagnóstico da minha filha, apontavam para uma hereditariedade, de mim para ela, no caso. Possivelmente, a minha intolerância a lactose fez com que a Agnes fizesse alergia à caseína. Por todo o histórico, a última gastro dela pediu um exame para mim também, a fim de confirmar, mas eu não fiz. O plano de saúde não cobria e no particular era muitíssimo caro. Pensei que, na verdade, eu não precisava de exame algum porque eu sabia que toda vez em que bebesse leite (parei há 3 anos) ou comesse algum derivado (como raramente) passaria mal, como das outras vezes. Enfim, tenho um diagnóstico mas, sem confirmação laboratorial. O que significa que o diagnóstico de alergia da minha filha foi um diagnóstico para mim também! Eu já tenho uma alimentação regrada há alguns anos, mas pude modificar ainda mais fazendo a opção por encontrar nos legumes, frutas, castanhas, verduras, novos sabores, descobrindo novas receitas.

Dias atrás fiz mais uma substituição. No lugar do óleo de canola que usava para fazer bolos, passei a usar o óleo de coco. Que riqueza! Que leveza! Como já disse em outra postagem, eu não fico contando calorias, o meu objetivo é manter a minha família na linha da alimentação saudável, sem me preocupar se vamos engordar ou não. Mesmo porque, se a alimentação é saudável, feita na hora certa, da forma correta, dificilmente uma pessoa ficará acima do peso.

O óleo de coco ao ser levado ao fogo não perde suas características nutricionais e é saudável para cozinhar! A receita de hoje leva óleo de coco. Chamo de bolinho, mas minha filha chama de "copiqueique", aprendeu a falar e toda hora quer fazer o tal do "copiqueique"! Ah! Ela fez esta receita juntamente comigo! Espero que gostem!


Bolinho de maçã com mel e óleo de coco

Ingredientes

2 maçãs pequenas picadas, sem casca
2 ovos
1/2 xícara de óleo de coco
1/2 xícara de mel
2 xícaras de farinha de trigo integral (quem não gosta muito, pode misturar com farinha branca)
1 colher de sopa de fermento
1 colher de sopa de canela em pó

Preparo

Aqueça o forno. Bata no liquidificador os quatro primeiros ingredientes. Misture a farinha, o fermento e a canela e despeje o conteúdo do liquidificador. Misture tudo. Coloque em forminhas pequenas para cupcake/muffin ou numa forma com furo no meio. Leve ao forno (180º) por mais ou menos meia hora (depende do forno).






O resultado é uma massa bem leve por causa do óleo de coco.
Pode substituir a maçã por banana ou outra fruta, e acrescentar passas ou outras frutas secas.

Boa receita!


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Natal, a ceia e a fome

Hoje não vou publicar nenhuma receita de natal, farei isso logo após a data porque testarei uma sobremesa na ocasião. Mas, pensei em deixar uma mensagem que corresponda a este momento.

Pensei em escrever sobre os ganhos deste ano com relação à visibilidade que a luta dos alérgicos ganhou, mesmo que tenhamos um grande caminho a trilhar. Porém, acordei pensando na fome e como esse direito tem sido negado a milhões de pessoas no mundo.

Já disse aqui que passo boa parte do meu tempo pensando em comida, mas fico muito consternada ao ver que há pessoas que moram nas ruas que não têm nada para comer ou que fazem apenas uma "refeição" por dia. Comer deveria ser um direito de verdade! A nossa constituição de 1988 prevê a alimentação como direito social atrelado à educação, moradia, lazer, segurança, trabalho, saúde, assistência aos desamparados e proteção à maternidade e à infância. Porém, poucos governos têm pensado nisso como um direito.

Dia desses li uma notícia dizendo que representantes de 170 países se reuniram em Roma para discutir medidas para combater a fome até 2025 (http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/11/representantes-de-mais-de-150-paises-discutem-fome-no-mundo.html). A resposta é simples: para que todos pudessem comer, o mundo teria que ter uma melhor distribuição de renda. Bato sempre nesta tecla porque acredito que as pessoas não possuem as mesmas oportunidades na vida e que só um projeto de país via ação governamental, pode assegurar o direito a que seus cidadãos não tenham fome. O Brasil tem feito este esforço garantindo o mínimo através do Bolsa Família, mas ainda não é o suficiente.

Falar sobre a fome significa também falar sobre segurança alimentar: agrotóxicos, transgênicos, biodiversidade. Há muito tempo, por exemplo, acompanho a entrada dos transgênicos no nosso país e hoje mais do que nunca, tenho plena certeza que não é essa medida que irá reduzir a fome, mas enriquecer os poucos que possuem as maiores rendas do planeta. Penso que daqui há centenas de anos poderemos ter como direito social o comer com segurança (um sonho, uma utopia talvez).

Mas, o que nos toca mais diretamente, ainda mais nessa semana, é que poderíamos pensar em fazer ceias mais simples para que outros pudessem ter pelo menos uma saciedade. Não gosto dessas ações de fim de ano que buscam arrecadar alimentos para cestas básicas (O que é uma cesta básica? Básica para quem?), porque as pessoas precisam comer o ano inteiro e não somente no natal, e eu acho que isso é até um modo de aliviar a consciência daqueles que compram coisas sem necessidade. Mas, minha proposta é outra, é pensarmos numa ceia razoável, simples, para que assim pudéssemos, verdadeiramente, fazer jus ao que significa a data.

Certa vez, Jesus foi seguido por uma multidão. Ao entardecer, seus discípulos disseram para ele despedir as pessoas para que cada um procurasse comida e abrigo e Jesus mais que depressa disse: "Dai-lhes de comer", ao que eles retrucaram "nós só temos 5 pães e 2 peixes". Para quem acredita em milagres, isso foi o suficiente para alimentar a multidão, mas o princípio da ação estava em DIVIDIR. E se há algo que o natal pode nos trazer é a reflexão/ação para dividir o temos com os necessitados (não só no natal, mas no ano todo). Pense nisso!

Boas reflexões para o natal e para o ano que se aproxima!





quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Guacamole com tortilla integral

Hummmm!!! Só de me propor a escrever fiquei com vontade de comer guacamole novamente! Bem, se você é um brasileiro que não gosta de experimentar outros sabores, irá torcer o nariz ao pensar em comer abacate com temperos. Isso mesmo! Não vou falar de vitamina de abacate, bebida corriqueira em nosso país, e sim de uma comida super tradicional no México, que aprendi a gostar após passar 10 dias lá. Em qualquer lugar que se coma é oferecida a iguaria como entrada e também como parte de receitas tradicionais do país. A culinária mexicana é tão rica que foi considerada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2010 (http://consulmex.sre.gob.mx/saopaulo/index.php?option=com_content&view=article&id=287&itemd=287).

Ao regressar ao Brasil, comecei a repensar sobre o quanto podemos experimentar novos sabores e enriquecer nossa alimentação. O abacate é um fruto super nutritivo! Possui potássio, zinco, fósforo, ferro, cálcio, vitaminas A, C, B6 e B12 e mais uma lista bem grande (http://pt.wikipedia.org/wiki/Abacate). Para as crianças alérgicas a leite e que precisam do cálcio para se desenvolver é uma das fontes vegetais que possuem este elemento.

Quando me propus a fazer a receita aqui em casa fiquei na dúvida se minha filha iria gostar. Resultado: ela, juntamente com o pai comeram tudo! Rasparam o prato! Como se já comessem desde que nasceram. O meu maior incentivo às pessoas quando falo de alimentação saudável (veja, as receitas que proponho NÃO SÃO DE BAIXA CALORIA, são alternativas saudáveis) é que podemos "brincar" com o paladar alheio, oferecendo alimentos novos e bem feitos. Espero que você também tenha a boa experiência que tive!

Aqui em casa comemos guacamole pelo menos uma vez por semana! Detalhe: eu mesma faço as tortillas na hora! Vou fazendo e colocando na mesa, uma delícia!!!! Para quem não tem problemas com alergia alimentar, há tortillas que são vendidas nos mercados na parte dos importados (mas, nenhuma se compara às do México!).

Outra informação interessante. Os restaurantes mexicanos aqui do Brasil não fazem comida mexicana e sim Texana , pela influência que alguns estados dos EUA tiveram do México. Outro dia comi num restaurante desses e questionei o dono dizendo que a comida não era exatamente mexicana, ele disse que realmente não era e como morou alguns anos no Texas (acho que era isso), quando voltou ao Brasil quis abrir o comércio com um nome mexicano. Não acho que tudo deva ser conforme se faz no país de origem, até mesmo porque não temos acesso a grande parte dos ingredientes utilizados, mas acho que vale a pena comentar.

Então, vamos partir para a receita!

Prepare primeiro a tortilla

Ingredientes

1 xícara de farinha de trigo branca
1 xícara de farinha de trigo integral
1 colher (rasa) de sopa de fermento
sal a gosto
1 colher de manteiga
1 xícara de água morna (normalmente não usa toda)

Preparo

Misture os ingredientes secos, depois a manteiga e vá colocando aos poucos a água, até a massa desgrudar das mãos. Faça bolinhas pequenas (dará 10 ou 12) e deixe descansar por 40 minutos (cubra com um pano). Enquanto isso faça o guacamole.


Guacamole

Ingredientes

1 abacate grande bem maduro
1 cebola pequena picada (em pedaços bem pequenos)
1 tomate grande picado (em pedaços bem pequenos)
1 dente de alho espremido (no espremedor de alho)
suco de 1 limão
sal  e pimenta a gosto

Preparo

Amasse o abacate ou passe num processador, pique a cebola (se você sabe que seu filho não gosta de jeito nenhum de cebola, coloque num processador), o tomate, esprema o alho e o limão, coloque a pimenta. Misture tudo. Experimente. Se achar necessário coloque sal (dica: coloque pouco, pois o limão potencializa o sabor do sal).

Voltando à tortilla:

Se a massa estiver grudando, salpique farinha de trigo numa superfície e abra a massa com um rolo de madeira (eu tenho, mas já improvisei algumas receitas com uma garrafa cilíndrica de vidro). Deixe bem fininha na espessura (quase) de um papel. Unte uma frigideira com óleo de canola ou de coco ou azeite e coloque-a em fogo baixo. Coloque a tortilla já aberta na frigideira. Quando começar a aparecer umas protuberâncias  vire a tortilla com um garfo. Eu deixo queimar um pouquinho para ter certeza que está cozida (como na foto). Quando a frigideira estiver seca, unte mais um pouco até as tortilhas acabarem.

Guacamole é uma comida partilhada, ou seja, cada um pega sua tortilla e vai se servindo no mesmo prato. Mas, você pode colocar porções individuais, inventar!

Boa receita!



PS: Descobri que não tenho fotos do guacamole! :(

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Esfiha de carne

Estava há muito tempo sem escrever, mas sentindo falta! Nesse ínterim, experimentei muitas receitas e inventei outras também!

Mas, hoje queria fazer um relato muito comum na vida de uma criança com alergia alimentar. Minha filha foi convidada para uma festinha de aniversário. Toda vez que ela é convidada para alguma festa confesso que entro em pânico!!!! O apelo visual das guloseimas é muito forte, e por vezes, ela acaba ficando atraída por coisas diferentes. Mas, cada dia é uma oportunidade de vivermos uma nova experiência. Para eu ter uma ideia do que seria servido na festa, perguntei à mãe da aniversariante, e como eu pensava não havia muitas opções para uma criança alérgica. Pensei então em mandar um salgado, um bolo e um doce. É impressionante, mas acho que 1/3 dos meus pensamentos diários são sobre alimentação!!!! O que significa que passei alguns dias pensando o que fazer, para decidir que faria esfiha de carne, um bolinho e um brigadeiro, tudo sem proteína do leite e da soja.

Comecei a procurar por receitas, pois não tinha a menor ideia dos ingredientes que usaria na esfiha, e para minha surpresa as receitas de esfiha levavam leite! Pensei: "Ok! Sem pânico! Vou substituir e ver no que vai dar". O resultado foi que as esfihas ficaram MARAVILHOSAS!!!!! Minha filha e meu marido gostaram muito! 

Adaptei a receita deste site http://m.tudogostoso.com.br/receitas/68803-esfiha-da-tia-nene-facil-facil

Esfiha de carne

Massa

1 1/2 tablete de fermento biológico 
1 colher de sopa de açúcar
1 colher rasa de sopa de sal
1 xícara de água
1 xícara de leite de aveia morno
1/2 xícara de óleo
6 xícaras de farinha de trigo (colocar aos poucos, pode ser mais ou menos)

Juntar o fermento, o açúcar e o sal. Após derretido, colocar os ingredientes líquidos e por último a farinha de trigo. A massa tem que desgrudar das mãos. Faça pequenas bolinhas e deixe a massa descansar, enquanto prepara o recheio.

Recheio

300 gramas de carne moída
1 tomate sem sementes 
1/2 cebola
Hortelã, sal, pimenta e limão a gosto
1 colher de óleo 

Picar o tomate e a cebola e juntar à carne, juntamente com o restante dos ingredientes.

Pegue uma bolinha e abra no rolo (cuidado para não grudar, se isto acontecer é só jogar um pouco de farinha na massa). Coloque uma colher de sopa rasa de recheio e faça os triângulos. Unte uma forma e vá colocando as esfihas. Depois pincele as esfihas com uma gema de ovo.


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Pão de mandioquinha com leite de aveia

Olá!

Depois que descobri que os traços de determinado alimento poderiam contaminar outro, resolvi fazer pães para minha filha. O que são traços? Uma indústria alimentar que fabrica pão, por exemplo, possui variedades do alimento (pão de leite, pão com queijo, pão integral, etc), e às vezes apenas uma ou duas máquinas que os processam, ou seja, o pão de leite passará pela mesma máquina que o pão sem leite, mas deixará traços do alérgeno (no caso o leite) mesmo que o equipamento seja limpo. Então, por mais que o rótulo esteja isento do alérgeno que faz mal para a criança, não deve ser consumido no caso dela mostrar reações. Muitos pais ligam para o serviço de atendimento ao consumidor para saber se o alimento possui alérgenos, e apesar de às vezes a resposta ser "não", mesmo assim a criança pode vir a ter as tais reações (que varia conforme cada criança). Na minha filha, as reações são, diarreia, coriza, bolinhas no bumbum, distensão abdominal, gases.

Para ser bem franca, fazer pão não é a melhor coisa do mundo. É necessário sovar bem a massa, para que não fique como uma pedra e deixar descansar. Os primeiros que fiz ficaram horríveis! Mas, fui aprendendo o "segredo" (sovar e deixar descansar) e acabou virando rotina da casa. A receita que vou colocar abaixo é uma das que deram certo e, posso dizer sem modéstia, que ficou uma delícia (marido e filha confirmaram)!

Pão de mandioquinha* (a mandioquinha no Rio de Janeiro é chamada de batata baroa):

Ingredientes

3 tabletes de fermento biológico
2 xícaras de chá de leite de aveia morno
1 xícara de chá de mandioquinha cozida e espremida
2 colheres de sopa de açúcar
2 ovos
12 colheres de azeite
1 colher rasa de sopa de sal
Farinha de trigo (gastei quase 1 kg, não há como dar medida)

Modo de fazer

Aqueça o forno a 180º. Aqueça o leite de aveia e dissolva o fermento, coloque-os no liquidificador com a mandioquinha, o açúcar, o ovo, o azeite, o sal e 1 xícara de farinha de trigo e bata até que fique homogêneo. Despeje o líquido em uma vasilha, coloque-a em cima do fogão que estará quente, cubra com um pano e deixe descansar mais ou menos por 40 minutos. A massa dobrará de volume. Após o tempo indicado coloque farinha até que sinta desgrudar das mãos. Passe para uma superfície lisa e seca e comece a sovar. Enquanto estiver grudando tem que colocar farinha. Unte as formas que serão utilizadas, faça bolinhas pequenas (pq ainda crescerá um pouco mais), deixando um espaço de 2 cm entre elas. Deixe por mais uns 40 minutos ou até dobrar o volume. Com o forno pré-aquecido, coloque para assar por uns 30 minutos ou até que estejam dourados.

Quanto renderá? Nessa receita por volta de 30 pães pequenos, mas depende do quanto de farinha será usada. Normalmente dá para uma semana. Conservo em geladeira para não estragar e na hora de comer é só aquecer no forno convencional, no microondas ou mesmo na torradeira.

Não tentei ainda, mas acho que dá para colocar outro tubérculo do lugar da mandioquinha.

Tente fazer e me conte sua experiência.
Boa receita!

*A receita sofreu adaptações, mas a ideia original foi tirada de uma revista de pães caseiros.